quarta-feira, 20 de julho de 2011

Adolescência: crise ou normalidade

Complementando o post sobre o seriado 3%, percebi que assistí-lo me fez relembrar algumas coisas sobre a adolescência.

Algo que os especialistas de variadas áreas da psicologia ressaltam a respeito deste período da vida é que ele é marcado por 'crises'. Isto é tão característico que alguns descrevem existir uma tênue delimitação entre o que é considerado normal e o patológico, listando sintomas e sinais da "síndrome normal da adolescência" (Aberastury e Knobel, 1981).

A teoria traz algumas tarefas evolutivas pelas quais um jovem deve passar no ciclo de sua vida até se constituir como adulto. Uma das principais tarefas evolutivas da adolescência é a construção de uma identidade própria, dessa forma o jovem deve se fazer um indivíduo separado dos pais e diferenciado dos seus pares. Deve abandonar o conforto e a dependência do seu mundo infantil e enfrentar novas tarefas.
 O seriado mostra  justamente isso, um grupo de jovens tentando um lugar ao sol, tentando uma vida melhor do que os seus pais tiveram  a oportunidade de ter e  a maneira com que eles vão lutar para isso é de cada um. Podemos ver, por exemplo, a menina que se desestabiliza na tarefa, chora e é reprovada, a outra menina que tem um ideal romântico para seu futuro. Outro exemplo interessante é o do jovem que escolhe transgredir as regras para conseguir o que quer, e acaba trapaceando. A transgressão é uma outra característica deste período da vida, no entanto ela pode ser apenas momentânea, de modo que o jovem apresente alguns comportamentos de rompimento de regras apenas na adolescência e não mais os repita, ou pode se tornar um comportamento adotado ao longo da vida.
Assim, a "resolução" deste período da adolescência envolve passar por lutos pela perda do seu papel  infantil e pelo mundo em que viveu na infância, e ao longo desta fase ir formando seu juízo de realidade.