quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Infância e Adolescência

   O problema da violência doméstica mostra sua face mais cruel quando a vítima é criança ou adolescente. Isto porque nessa situação quem deveria cuidar e proteger não apenas descumpre seu papel, mas o desvirtua. O genitor maltratante frequentemente "justifica" seu comportamento como a única forma eficaz de educar os filhos.   

  A incidência de maus-tratos é um problema de saúde pública do qual a Organização Mundial de Saúde - OMS - se ocupa. 

   A violência física é uma das formas mais comuns, todavia ela também pode aparecer sob a forma de violência sexual e psicológica, e ainda negligência ou total abandono.

  Muitas são as consequências para a criança vítima de violência intrafamiliar. Vários estudos correlacionam este problema com o desenvolvimento de problemas de comportamento no futuro. Ter sido vítima coloca a criança em situação de risco para o desenvolvimento de comportamentos desadaptativos, dentre eles mau desempenho escolar, sentimentos de inadequação e até comportamento infrator e o desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático. De fato muitos estudos procuram associar maus-tratos na infância com a prática de atos infracionais na adolescência, afirmando que nos adultos com personalidade anti-social (psicopática) aparece com frequência a ocorrência de maus-tratos na infância.

  Sabe-se que as relações familiares são afetadas por vários outros sistemas além do familiar, desde o ambiente mais próximo de convívio da criança como o escolar e o comunitário, até por questões políticas, culturais e históricas. 

  Ao longo de seu desenvolvimento uma criança estará exposta a vários fatores de risco para o desenvolvimento de problemas psicossociais em sua vida futura. Existem fatores de risco individuais - sexo, habilidades pessoais e intelectuais, características psicológicas e biológicas, genéticas. E fatores de risco ambientais, que envolvem o  nível sócio-econômico, características da família, ausência de apoio social e situações de vida estressantes. Assim, ao se pensar em ações preventivas, se deve considerar todos estes níveis de intervenção para sua real eficácia.

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