sexta-feira, 11 de maio de 2012

fast food do saber?

    TED : fast food do saber ?


Não é de hoje que sabe-se o poder da oratória. Conseguimos guardar na nossa memória alguns discursos e falas de pessoas que nos influenciaram. Assim como discursos célebres de personalidades da política nacional e internacional.

Esse post se propõe a divulgar uma recente matéria da revista Época sobre o TED. A ideologia por trás deste evento é justamente a de que um bom discurso pode mudar o mundo!

A revista cita, por exemplo o ex-presidente norte-americano Roosevelt, que em 1933 conseguiu reacender a esperança de seu país com o famoso discurso no qual disse a frase: "the only thing to fear is fear itself" traduzida por "não há nada a temer a não ser o próprio medo

http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/05/ted-o-fast-food-do-saber.html

Em 1984 nos Estados Unidos nasceu este seminário, o escopo inicial era abordar temas de tecnologia, design e entretenimento. Atualmente os seminários ocorrem de modo a dar oportunidade para pessoas que são  destaques nas mais variadas áreas de atuação, pensadores, pesquisadores, pessoas que possam inspirar-nos de um modo geral. Consta em seu site que a missão do TED é "espalhar ideias" (spread ideas). Cada convidado deve fazer um discurso de no máximo 18 minutos. As falas são gravadas e disponibilizadas sem custo na internet. Os discursos são realmente inspiradores. Já são cerca de mil vídeos desde que o site foi lançado, em 2007, e ele é atualizado toda a semana, recebendo novos convidados.

Se quiser conhecer mais, visite:  www.ted.com/pages/about

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Por que fazer psicoterapia ?


A psicoterapia se apresenta como uma possibilidade de apoio em uma jornada na busca pelo crescimento pessoal e autoconhecimento. A psicologia é a ciência do comportamento e se utiliza de técnicas específicas para promover o desenvolvimento do ser humano, pautando-se sempre na qualidade de vida. Isso quer dizer que a terapia é um método de trabalho que vai muito além do simples “desabafo” pois se constitui em uma ajuda especializada.

A Psicologia compreende que somos responsáveis pela realização de nossos próprios desejos e, assim sendo, temos que tomar as rédeas de nossa vida, dirigindo-a conforme nosso interesse e vontade. O psicoterapeuta vai auxiliá-lo a reconhecer seus desejos e conduzir-se de acordo com estes.

É verdade, também, que o psicólogo não vai “resolver o seu problema”  (como muitas pessoas argumentam) mas o fato de você comparecer sistematicamente em um local e conversar com a mesma pessoa, que é um profissional, faz com que aos poucos você passe a ver seus problemas sob uma nova perspectiva e, algumas vezes, até vá redefinindo sua visão a respeito deles.

Importante ressaltar também que geralmente motivando a busca por uma terapia existe um sofrimento, um incômodo com alguma situação de nossa vida. Um dos motivos mais comuns para a procura por um psicólogo é o sofrimento advindo dos relacionamentos interpessoais. Assim, a psicoterapia vem colocar estes problemas como objeto de reflexão, vem chamar nossa atenção para tudo o que é subjetivo, mas que nos afeta diretamente, e convoca-nos a uma mudança de postura diante dos problemas que sentimos e enfrentamos. 

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Frida Kahlo (2)


Frida é uma das mais significativas pintoras da América, sua produção artística reflete de modo intenso suas vivências "como se através de seus desenhos e quadros realizasse um auto-retrato íntimo de sua vida" (Outeiral e Moura, 2002). Frida se casou com o pintor Diego Rivera em 1929 e no ano seguinte foram residir nos Estados Unidos. Em julho de 1932 Frida sofreu um aborto e ficou internada no Hospital Henry Ford em Detroit. Este fato traumático em sua vida  deu origem (e título) a uma de suas mais impactantes pinturas: 'O Hospital Henry Ford', também intitulada 'A cama voadora'.

Vemos uma mulher em lágrimas, deitada em uma cama de hospital cujo lençol está ensanguentado. Seu ventre está aumentado, fatores claramente indicando o aborto. Ela segura na mão esquerda um cordão vermelho interligado aos outros seis elementos da pintura. Nos livros que exploram suas obras constam algumas interpretações a respeito da simbologia de cada figura; algumas são facilmente associadas a gravidez e órgãos de reprodução femininos, vemos  por exemplo um feto, abaixo há um osso da pélvis. Na cultura mexicana o caracol é descrito como símbolo de vitalidade, sexualidade, união sexual e também de gravidez. E a orquídea Frida recebeu de Diego no hospital. ( Andrea Kettenmann)

Frida veio a sofrer outros abortos ao longo da vida. Constam dados relatando que devido às fraturas ocorridas em sua pélvis, após ter sofrido um acidente de carro, os médicos já havia dito a Frida que ela não poderia engravidar. (ver post anterior sobre a mesma artista)
http://maianarodrigues.blogspot.com/2010/11/frida-kahlo.html
Essa frustração por não ter podido gerar filhos é expressa por ela em algumas declarações verbais e em diversas outras pinturas, como El Aborto de 1932.

Sobre sua vida Frida declarou: " Eu era tomada por surrealista. Isto não é correto. Eu nunca pintei sonhos. O que eu representei era minha realidade."

Autores psicanalíticos, como Winnicott, que se dedicaram a estudar a criatividade, compreendem que na experiência humana temos impulsos, necessidades que nos fazem criar. Especialmente quando enfrentamos traumas, este impulso de criação artística vem em uma tentativa de auto-preservação da vida. Por meio de suas obras um artista pode tentar alcançar algum domínio sobre seu trauma, na tentativa de minimizar o sentimento de vulnerabilidade e transformando seu sofrimento psíquico. (Bollas, 1992)

Podemos perceber o quanto isso é verdadeiro nas obras de Frida Kahlo, nas quais a artista parece procurar dar um sentido a todas as vivências que lhe marcaram, tanto no corpo quanto na vida. As doenças, cirurgias, o acidente de carro e mais tarde as decepções em sua vida afetiva e no casamento. Carlos Fuentes sintetiza muito bem isto definindo que as duas fontes da arte de Frida Kahlo são " a dor e o corpo ".


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Adolescência: crise ou normalidade

Complementando o post sobre o seriado 3%, percebi que assistí-lo me fez relembrar algumas coisas sobre a adolescência.

Algo que os especialistas de variadas áreas da psicologia ressaltam a respeito deste período da vida é que ele é marcado por 'crises'. Isto é tão característico que alguns descrevem existir uma tênue delimitação entre o que é considerado normal e o patológico, listando sintomas e sinais da "síndrome normal da adolescência" (Aberastury e Knobel, 1981).

A teoria traz algumas tarefas evolutivas pelas quais um jovem deve passar no ciclo de sua vida até se constituir como adulto. Uma das principais tarefas evolutivas da adolescência é a construção de uma identidade própria, dessa forma o jovem deve se fazer um indivíduo separado dos pais e diferenciado dos seus pares. Deve abandonar o conforto e a dependência do seu mundo infantil e enfrentar novas tarefas.
 O seriado mostra  justamente isso, um grupo de jovens tentando um lugar ao sol, tentando uma vida melhor do que os seus pais tiveram  a oportunidade de ter e  a maneira com que eles vão lutar para isso é de cada um. Podemos ver, por exemplo, a menina que se desestabiliza na tarefa, chora e é reprovada, a outra menina que tem um ideal romântico para seu futuro. Outro exemplo interessante é o do jovem que escolhe transgredir as regras para conseguir o que quer, e acaba trapaceando. A transgressão é uma outra característica deste período da vida, no entanto ela pode ser apenas momentânea, de modo que o jovem apresente alguns comportamentos de rompimento de regras apenas na adolescência e não mais os repita, ou pode se tornar um comportamento adotado ao longo da vida.
Assim, a "resolução" deste período da adolescência envolve passar por lutos pela perda do seu papel  infantil e pelo mundo em que viveu na infância, e ao longo desta fase ir formando seu juízo de realidade.

domingo, 26 de junho de 2011

Só 3% ?

http://tortaderealidade.blogspot.com/2011/06/3.html

Indico a crítica desse Blog aí em cima a respeito de um novo seriado - produção nacional - muito interessante, chamado três por cento !

O tônica principal deste seriado na minha opinião é a crise vital da fase da juventude e adolescência, que traz muitos desafios. O roteiro do seriado usa a ficção e uma metáfora muito legal pra expor esta crise, colocando que cada jovem ao completar 20 anos tem que passar por um rigoroso processo de seleção para só então poder passar "a um mundo melhor", o problema é que apenas 3% deles é escolhido para o lado de lá !

Vale a pena fazer de tudo pra ser selecionado?

Até onde as pessoas vão para conseguir passar?

Confere o vídeo do seriado no link acima.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Reforma psiquiátrica

A tragédia ocorrida na Escola carioca em 07 de abril, na qual várias crianças foram assassinadas reabre um debate que foi pouco explorado na mídia (dessa vez), o da 'loucura' e da periculosidade.


Algumas reportagens sugerem que o atirador mostrava sinais de perturbação mental desde a época de estudante, embora todas citem que foi a primeira vez que aquele jovem agiu de modo violento. Isso pode nos levar a questionar se a doença mental sempre está associada a comportamento violento e criminalidade.
O comportamento violento é motivado por uma série de fatores, sociais, emocionais, comportamentais e biológicos.


Para nos aproximarmos de uma compreensão mais profunda do comportamento criminoso é necessária a integração dos saberes, assim, é importante o ponto de vista da psicologia, psiquiatria, ciências sociais e direito. No entanto nenhuma destas áreas pode nos fornecer uma conclusão definitiva na questão do determinismo do comportamento violento. Sabe-se que nem todos os doentes mentais agem de modo violento. Vamos falar então sobre os tratamentos.


Nos casos de um crime cometido por doente mental diagnosticado, o Código Penal em nosso país prevê aplicação de medida de segurança, que não é uma pena, e é cumprida em estabelecimento diferenciado.


A reforma psiquiátrica no Brasil  tem um papel que vale a pena destacar. Trata-se de um movimento que já faz parte do cotidiano de um bom número de profissionais de saúde mental. Tem como uma das vertentes principais a desinstitucionalização e a substituição progressiva dos chamados 'manicômios' por outras práticas terapêuticas que não se pautem na exclusão dos pacientes. A reforma pretende influenciar uma progressiva devolução à comunidade da sua responsabilidade em relação a seus conflitos e a seus doentes.


(ver : Tundis S.A., Costa N.R., orgs. Cidadania e loucura: políticas de saúde mental no Brasil. Petrópolis: Vozes/ABRASCO; 1987)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Estatuto da Criança e do Adolescente

Na luta em defesa dos direitos da criança e do adolescente, a família, a sociedade e o Estado são responsáveis, devendo ser dada prioridade absoluta.  Diante deste princípio estabelecido em nossa Constituição Federal de 1988 (artigo 227) está sintetizada a Doutrina de proteção integral, que apregoa um tratamento diferenciado à infância e ao período de vida da adolescência.
Dando continuidade a este movimento, em 1990 foi elaborado o Estatuto da Criança e do Adolescente (E.C.A. Lei n. 8.069 de 13 de julho de 1990), legislação considerada por muitos estudiosos como um grande avanço qualitativo em nosso país, já que deu tratamento às questões da infância como sendo um problema social que demanda atenção, e apresentou diretrizes para a política de proteção integral, reconhecendo-os como cidadãos, sujeitos de direitos e deveres. O ECA apresentou a descentralização das políticas sociais, com a criação de entidades nos Estados e Municípios, pregou ações integradas por meio da articulação entre sociedade e Estado, instituiu medidas preventivas e ações que incidem também sobre os pais e responsáveis pelo menor de 18 anos.
Destaca-se nesta Doutrina o princípio do respeito com a criança e o adolescente, isto porque se encontram em um período de desenvolvimento no ciclo de vida, desenvolvimento físico, mental e emocional, o que lhes impõe particular vulnerabilidade. Assim, é dever da família, da sociedade e do Estado proteger sua integridade em todas as esferas. Outro princípio que merece ser ressaltado é o do cuidado, este compreende adoção de atitudes voltadas ao interesse da criança e do adolescente, sempre lembrando que a atenção a suas necessidades deve ser uma responsabilidade de cada pessoa